sexta-feira, 24 de maio de 2013

Aproveitamento dos Resíduos Orgânicos


Compostagem Doméstica no Pasárgada

Os moradores do Pasárgada certamente poderão se beneficiar das condições ambientais do local e  realizarem a transformação do lixo orgânico em adubo e fertilizante para o solo.
Considerando que semanalmente varre-se o gramado, esse resíduo sólido (folhas e gravetos)  precisa ser aproveitado pelo próprio morador que facilmente poderá transformá-lo num rico composto cuja utilidade final é o uso como adubo em jardins e frutíferas.Basta depositar as folhas (pequenas e médias) varridas num local pré-determinado, protegido do excesso de vento e chuva e aos poucos ir acrescentando o lixo orgânico que  diariamente é  produzido na cozinha.
Com um poço de controle de umidade e um ligeiro trabalho de revolver esporadicamente essa mistura, em pouco tempo haverá a formação do húmus, que é o produto da decomposição dos dois “lixos” ou seja as folhas resultantes da varrição e o lixo obtido após um dia de funcionamento da cozinha.





O que é a Compostagem?
A decomposição é pelo menos tão antiga como o solo. A compostagem sempre ocorreu, muito antes de existirem pessoas para a observar, em cada floresta, em cada prado, em cada pântano, lodaçal, savana ou estepe do mundo. Tal como Richard Langer uma vez disse: “A compostagem é um processo natural que começou com as primeiras plantas da terra e continua desde então”. A prática moderna de compostagem é pouco mais do que uma aceleração e intensificação dos processos naturais. É assim a reciclagem, à escala familiar, dos resíduos orgânicos da sua cozinha e da sua horta ou jardim, realizada através dos seres vivos que lá se instalam, tais como minhocas, bolores, micróbios, etc. que transformam todas as substâncias biodegradáveis num adubo rico em nutrientes a que se chama composto.
Os materiais orgânicos que podem ser compostados classificam-se de uma forma simplificada em castanhos e verdes. Os castanhos são aqueles que contêm maior proporção de Carbono, ou seja, ramos pequenos, folhas secas ou relva seca. Os verdes são os que têm maior proporção de Azoto, como relva fresca ou cascas de legumes e de frutas. Os cientistas estipulam que uma boa razão carbono/azoto numa pilha de compostagem é de cerca de 25 a 30 partes de carbono para uma parte de azoto ou 30:1. Uma pilha cuja razão C/N seja muito superior a 30 levará muito tempo a decompor-se, pelo contrário, se a razão C/N for muito baixa, ou seja, se houver demasiado azoto, a pilha libertará este excesso sob a forma de amoníaco gasoso e fétido. Assim, a adição de verdes e castanhos deve ser de aproximadamente 1:1, para se obter a razão 30:1 de carbono/azoto. Não junte carne, peixe, ossos, lacticínios e gorduras porque podem atrair animais indesejáveis. Excrementos de animais também não devem ser compostados, porque podem conter microorganismos patogênicos que podem sobreviver ao processo de compostagem. Os resíduos de jardim tratados com pesticidas também não devem ser compostados, tal como plantas com doenças.
Recomendações Finais
Se o processo estiver lento é porque os materiais estão  muito grandes. Se houver cheiro de enxofre ou amonia é porque há umidade em excesso. Neste caso deve-se adicionar materiais secos e terra além de  revirar a pilha. Se você quiser acelerar ainda mais processo acrescente minhocas e isole um pouco a área para evitar a presença de pássaros. Ensine às crianças e aos empregados. Será divertido e útil para todos.





 
Lúcia Pinheiro Rocha Bióloga  maio/2013