segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Desertificação a caminho se não cuidarmos do ambiente

O SERTÃO CHINÊS


Claudia Trevisan
Enviada especial a Minqin, China
Jornal Estado de São Paulo – 2 de janeiro de 2011.

Desertificação causada pelo desmatamento e pela exploração excessiva de água coloca em risco cerca de 400 milhões de chineses que vivem em uma das regiões mais secas do país, localizada na região da Gansu, norte da China

Desde a década de 50, a China perdeu para a desertificação 385,7 mil km², o equivalente às áreas somadas dos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro, em um processo que tem sua origem no desmatamento e na exploração excessiva  ou inadequada do solo.

A ONU estima que 400 milhões de chineses vivam em áreas sob risco de desertificação.A água passou a ser  um recurso cada vez mais escasso na China.

A oferta de água per capita no país está na ordem de 2.200 m³, menos de um terço da media mundial de 7.600 m³, na região de Gansu, a relação é de 757 m³ por habitante, abaixo da linha de 1.000 m³ que o Banco Mundial classifica como de “escassez”.

Para o Banco Mundial, a China está à beira de uma crise de abastecimento do produto que poderá afetar seu desenvolvimento se não tornar seu consumo mais eficiente.

Os camponeses têm água na torneira de casa uma vez por semana, por cerca de duas horas. É suficiente para beber e cozinhar, mas banho é um habito ausente do cotidiano, no qual nem existe chuveiro. “Quando há uma data importante como o Ano Novo Chinês, vamos até uma casa de banho na cidade, mas isto só umas três vezes por ano”, diz Tang, um morador da vila de Minqin.

Rio Amarelo, origem e símbolo da civilização chinesa é a principal fonte de água do norte do país, é uma das grandes vitimas da superpopulação e do crescimento econômico. O consumo, a demanda das fabricas e a irrigação, reduziu o volume o seu volume, enquanto a poluição fez com que 25% de sua água se tornasse imprópria para o uso. Em 1997 o rio Amarelo deixou de desaguar no oceano 226 dos 365 dias do ano.

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